Causos mágicos de nós dois!


Dia 25 de março de 2013
"Um presente divino."
Hoje é madrugada de uma segunda feira, e nesse final de semana o Cauã, meu Pequeno Urso, neto amado, dormiu de sábado para domingo aqui comigo, e eu ouvi uma das mais lindas, senão a mais linda, declaração de amor que eu poderia ouvir em toda a minha vida, me emociono só de relembrar. Nós estávamos deitados para dormir e ele me abraçou e me disse:
- Sabe vó Ursa? Quando eu estou em minha casa, deitado na minha cama, eu escuto você cantar para mim para eu dormir, e aí eu durmo logo.
Minha emoção foi imensa, desde que ele era bem pequenino eu costumo cantar para ele dormir, eu compus uma música com emoção de cura certa vez que ele estava doentinho e tinha menos de um aninho, cuja letra é:

"Lá no bosque encantado, existe um carvalho, à Deusa consagrado,
e as águas cristalinas murmuram entre as pedras, correndo rio abaixo
Trazendo a mensagem de que a vida é linda! Ela é uma viagem! 
É preciso ter coragem de aprender essa lição.

Fora essa música eu canto a composição de Chico Buarque de Holanda, "João e Maria"

Agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês.
A noiva do cawboi era você além das outras três.
Eu enfrentava os batalhões, os alemães e seus canhões.
Guardava o meu bodoque, ensaiava o rock para as matinés.

Agora eu era o rei, era o bedéu e também o juíz.
E pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz.
E você era a princesa que fiz coroar, era tão linda de se admirar
que andava nua pelo meu país.

Não. Não diga não, finja que agora eu era o seu brinquedo, 
eu era o seu peão, seu bicho preferido.
Vem me dê a mão, a gente agora já não tinha medo,
no tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido.

Agora era fatal que o faz de conta terminasse assim,
falar desse quintal é uma noite que não tem mais fim.
Pois você fugiu no mundo sem me avisar,
e agora eu era um louco a perguntar.
O quê, que a vida vai fazer de mim?

ou então murmuro Summer Time, ele gosta das três. Vez por outra canto um fado
"Casa Portuguesa", mas essa raramente.

É uma casa portuguesa com certeza, é com certeza uma casa portuguesa.
Quatro paredes caidas, um cheirinho d´alecrim
Um caicho d´uvas doiradas
Duas rosas, no jardim
Um São José d´azulejos
Mais o sol da primavera.
Uma promessa de beijos
Dois braços a minha espera

É uma casa portuguesa com certeza, é com certeza uma casa portuguesa.
No conforto probrezinho do meu lar, há fartura de carinho
E sa à porta humildemente bate alguém, senta-se a mesa com a gente.
Fica bem essa franqueza, fica bem. E o povo nunca desmente.
A alegria da probreza está nesta estranha riqueza de dar e ficar contente.

Quando você me fez essa declaração, meu coração encheu-se de ternura e gratidão, abracei-o comovida.







Presente de uma fada!

Voce nunca esqueceu a história do gnomo, e muitas vezes quis andar pela madrugada para reencontrá-lo, e mesmo comigo lhe dizendo que não era um gnomo e sim um gato, você afirmava que era um gnomo sim porque eu tinha visto só o gato, mas você tinha visto o gnomo andando abaixadinho para se esconder. Saímos outras vezes pela madrugada, encontramos outros gatos, mas nunca mais encontramos o seu gnomo, até que um dia....Bem na verdade uma madrugada, saímos novamente e desta vez eu levei o meu pó de fadas para assoprá-lo em nosso canteiro e assim foi feito, o brilho do pó de fadas reluziu a noite enquanto caía suavemente sobre as plantas. Então voce me perguntou se podia ver uma fada, e eu lhe respondi que talvez sim, talvez não, e nesse instante fiz com que mudássemos de caminho por ter avistado um pássaro grande pousado mais adiante, imaginei que poderia ser um coruja e que você iria ficar muito feliz em ver uma. Mas, ao chegarmos mais perto o pássaro voou e não era uma coruja, sendo assim voltamos sobre nossos passos, mas agora no caminho havia algo cintilando no chão, você correu para pegar e eu o repreendi dizendo que não deveria ir pegando as coisas assim do chão porque poderia ser uma sujeira de alguém, mas você ergueu em suas mãozinhas uma pedra oval branca cintilante que antes não estava ali. Bem...Poderia ser que estivesse mas que não tivéssemos prestado atenção antes. Voce ficou extasiado com a pedra ela era muito bonita mesmo e tinha até a forma de um coração, você me perguntava quem é que havia colocado a pedra ali, e eu lhe disse que provavelmente ela já estaria ali mas nós não vimos na ida. Você discordou comigo disse que se ela estivesse ali a teria visto, e afinal você andava sempre atento quando saíamos pelas madrugadas. Então eu lhe disse que poderia ser um presente de fada já que você tanto queria ver uma. Seus olhinhos brilharam de alegria e continuamos a caminhar.
Mais adiante você grita apontando para o alto: Olha vó Ussa, olha...Olha!
Eu olhei na direção de seu dedo e nada vi, mas voce estava tão empolgado olhando para cima que começou a correr na direção contrária a que estávamos indo sempre olhando, apontando e dizendo: Olha! Olha! Até que ao virar um prédio você disse entristecido: Zá foi. E voltou-se para mim me perguntando:
- O que ela vó Ussa?
- O que era o quê, querido?
- Aquela luz voando lá em cima.
Aí eu perdi a voz e num sussurro lhe respondi:
- Era uma fada meu querido.
Você pensou um pouco como se analisando a memória que tinha da luz que vira e depois me olhou com muita alegria e disse: - Ela sim, vó Ussa, ela sim...Nossa! Eu vi uma fada! Você disse que eu não ia vê e eu vi.
Essa foi mais uma experiência mágica que passamos juntos querido, e eu espero com muita fé que o passar dos anos e o conhecimento da dureza da vida dos seres humanos, não tirem isso de você meu amor. Que você tenha sempre acesa dentro de seu coração a chama da espiritualidade.
11/01/2012


                      ENCONTRO COM O GNOMO

Então em um dia desses no meio de uma primavera, na verdade na terceira primavera de tua vida, era ainda madrugada e você despertou, tinha ido dormir muito cedo e eu já esperava que fosse acordar pela madrugada. Ficamos uns minutos conversando na cama, depois fomos para a sala eu lhe preparei um tetê (leite com chocolate) e abri a janela.
Estava escuro ainda, o ar de fora se fazia agradável, o silêncio era delicioso, então lhe fiz um convite; " vamos lá para fora esperar o dia nascer?"
Isso bastou para lhe deixar excitado e eufórico, assim nós trocamos de roupas e saímos.
Andamos pelo condomínio inteiro, e ele é bem grande, são quarenta blocos de apartamentos entremeados de jardins, quiosques e play ground. Andávamos falando em sussurros para não incomodar as pessoas, e observávamos quantas janelas estavam de luz acessa. Você estava numa alegria só! Paramos em um parquinho e no escuro da madrugada você provou da sensação de ir no escorregador, nas barras de ferro, na casinha elevada de madeira sozinho e falando baixinho comigo.
Aos poucos outras pessoas iam surgindo rumo as caragens ou a portaria para iniciarem a labuta de seu dia,  ao nos ver sorriam e você lhes dava um "bom dia" todo animado, e igualmente aos poucos o céu começou a clarear. Só voltamos para casa quando a manhã já estava totalmente estabelecida, para nós dois foi uma aventura empolgante, pena que o dia estava nublado e não pude lhe mostrar o sol raiar.
Meses depois quando o outono se aproximava, saímos novamente pela madrugada em busca do raiar do dia, desta vez porém algo lhe chamou a atenção, vimos ao longe uma criatura escura atravessando apressadamente uma garagem, ao que me pareceu um gato preto, mas que você me garantiu ser um gnomo correndo abaixado, ficou entusiasmadíssimo e correu até o local, desta vez você me contou que viu o gnomo em pé encostado em um carro e depois desapareceu. Foi muito difícil convencê-lo a se afastar dali para voltar para casa, você tinha certeza de que ele estava por perto, tanto que mais adiante você o viu novamente desta vez entre os arbustos do jardim.
 Então começou a garoar, o dia já estava claro e novamente não pudemos ver o sol raiar juntos, voltamos ao abrigo de nossa casa, tomamos leite, nos deitamos e acordamos quase ao meio dia.
Durante o resto do dia esse foi o nosso assunto principal.



                                            ACONTECEU EM UMA NOITE DE LUA CHEIA.

Sabe Cauã, meu querido e amado Pequeno Urso, uma vez alguém, não me lembro quem foi, postou nos recados do meu Orkut, essa figura que posto aqui ao lado, junto a pessoa, no caso uma moça, postou um poema falando de uma avó ursa e seu neto.  Alguma coisa muito gostosa aconteceu no meu coração no momento em que posei meus olhos nela, vi magia e encantamento e principalmente muito amor, amor entre duas criaturas tão diferentes e ao mesmo tempo unas por pertencerem ambas a Terra. 
Sim, essa imagem representava nós dois. 
E não é que, quase dois anos depois, tive a maravilhosa chance de vivenciar essa cena? Em verdade, pudemos ambos vivenciar a magia de apreciar as estrelas cintilando em uma noite de lua cheia em meio a Natureza.
E foi assim...
Na noite do dia 15 de novembro de 2.008, a lua estava cheia e milhares de estrelas cintilavam no céu. A brisa soprava suave, o cheiro do mato misturado ao das flores invadiam nossas narinas. Nós dois, tal qual nessa imagem, estávamos rodeados por árvores no meio da noite naquele sábado de lua cheia. O dia tinha sido maravilhoso, tínhamos nos divertido muito, seus olhinhos curiosos captaram muitas imagens novas, suas mãozinhas macias haviam afagados cachorrinhos e gatinhos. Tinha sido um magnífico dia, e a noite ainda estávamos lá na pousada da Tilinha, subíamos a trilha que levava aos quartos, meu ser vibrava como sempre vibra quando em contato direto com a noite silenciosa em meio a natureza e então, feliz como acho que nunca estive em minha vida eu queria lhe mostrar as estrelas, mas, antes mesmo que esboçasse um jesto, você ergueu o dedinho, exatamente como na figura, e apontou para o céu, arregalou os olhinhos e aspirou o ar noturno fazendo um ruido de espanto.
Eu lhe sussurrei: "Estrelinhas" e você repetiu "Inhas?" e ficamos assim por instantes, olhando as estrelas cintilarem no céu. Logo em seguida uma nuvem densa cobriu a lua, tornando a noite muito escura, e você pediu colo, eu o peguei em meus braços e comecei novamente a subir a trilha, desta vez redobrando a atenção aos meus pés, com receio de pisar em alguma pedra, pois a noite havia ficado muito escura, somente os vultos das enormes árvores nos cercavam, foi quando num repente, um bando de vaga-lumes surgiu voando em nossa direção, nos cercando de vários pisca-piscas que cintilavam na noite, parecendo uma festa ou um cortejo de boas vindas.
Você ficou extasiado de contentamento, e a minha felicidade era tão grande, mas tão grande, que a eternidade seria pouca para agradecer por aqueles momentos.
Ah! Meu querido neto amado, a vida pode ser tão generosa e magnífica!
Estar em plena conexão com o pulsar da vida, estar presente, ciente do Poder da nossa Grande Mãe, render-se a maravilhosa entrega ao amor e ao momento da eternidade, é uma bênção.
Obrigada meu amor por você existir, e que a Deusa esteja sempre presente em sua consciência meu querido.


CONEXÃO COM O UNIVERSO DE CURA.
O dia em que você foi coletar sangue.

Certo dia você precisou colher sangue para um exame, e nas vésperas desse dia eu mal dormi, estava muito triste imaginando o dia seguinte e os momentos de medo e dor que ele iria ter que enfrentar.


Várias vezes conectei-me com a magia interior numa tentativa de poder amenizar os caminhos do dia seguinte. Pensei em todas as crianças que estão nos hospitais, visualizei olhinhos inocentes que não entendem o porquê do sofrimento. Pensei nas crianças que passam fome e frio nesse mundo afora, meu coração viajou até cada uma delas e levou meu amor, meu carinho, e meu respeito. Meus olhos verteram as lágrimas inúteis, mas as sequei rapidamente, e troquei por um sorriso de força, coragem e bênção afinal, não tenho competência para entender os desígnios da vida, mas intuo que tudo está certo e há um projeto em andamento.
Enfim, meu instinto de proteger, de cuidar,  e minha arrogância amorosa queria de alguma forma fazer com que o dia seguinte não fosse tão difícil. É claro que eu sabia que era algo necessário e rápido e que em pouco tempo você já estaria sorrindo e brincando novamente.
A despeito do meu próprio sofrimento em vê-lo sofrer, eu não deixaria de estar ao seu lado de forma alguma, por nada nesse mundo e nem no outro. Quando amamos como eu te amo, ficamos juntos tanto nas alegrias quanto nas dores, aliás nas horas de sofrimento é que nossos olhos procuram por quem amamos para nos dar força. Então o amor tem dessas coisas, ele nos faz esquecer de nós mesmas, passar por cima de nossa própria dor, nosso próprio sofrimento, para demonstrar força e coragem, que a gente tira não sabe da onde, somente do amor mesmo, para segurar as mãos, enxugar as lágrimas, mesmo com o coração apertado e com vontade de chorar junto.
Enquanto eu estiver viva, quero estar ao seu do Pequeno Urso, não só nas alegrias, mas em suas dores também. Você sempre poderá contar comigo, com minha presença, com minhas mãos nas suas, e com meu ombro para deitar sua cabecinha sempre que precisar superar alguma dor.


E quando eu morrer, minha egrégora estará presente quando chamar por mim, e te consolará, te ajudará, aconselhará.
Meus pensamentos, minha força, minha coragem, meu amor, minha fé, minhas certezas, estarão sempre presentes quando você precisar e me chamar.
Então eis que o dia clareou e lá fomos nós, eu você e sua mãezinha. Você estava feliz e alegre como sempre, e eu, não esqueci de levar na bolsa algumas bolachas de chocolate.
Fiquei andando contigo pelo aposento de espera conversando, respondendo suas perguntas, e notava que todas as pessoas o olhavam e lhes sorriam.
Quando finalmente o seu nome dele foi chamado, você nos acompanhou feliz da vida, isso partia meu coração de avó.
A enfermeira pediu que Mariana o segurasse sentado em seu colo, com o rosto virado para o lado contrário do bracinho onde ela iria enfiar a agulha.
Houve certa relutância da sua parte, mas Mariana falou com carinho e você se aquietou. A enfermeira amarrou a borracha em seu braço, o que te  incomodou um pouco, mas não criou caso algum.
Eu me agachei na sua frente enquanto conversava com você distraindo-te, lembrembro-me que lhe mostrava um brinquedo.
Vi nos seus olhos certa desconfiança, era como se soubesse que não seria algo bom que iria lhe acontecer, mas ficou quietinho e prestando atenção as minhas palavras. Ouvi a enfermeira falar que a sua veia era um fiapinho, de tão pequenina, eu olhei e vi seu bracinho muito branco, magrinho e frágil, engoli em seco, rogando mentalmente que ela conseguisse pegar a veia na primeira tentativa, e voltei a conversar com você.
Vi quando seus olhinhos se apertaram e soube que ela tinha espetado a agulha.
A enfermeira falou:
- Tem uma formiguinha aqui, vou pegá-la.
Você ameaçou virar a cabeça para ver, mas Mariana fez uma leve pressão com sua mão mantendo a cabeça virada e  você meu amor, continuou me olhando.
Num instante já havia acabado.


A enfermeira tirou a agulha, falou que tinha pegado a formiga,  e você olhando  para ela  falou:
- Ota (outra).
Ou seja, lhe pediu que tirasse outra formiga, tinha achado que era uma brincadeira.
Eu respirei feliz e agradeci a enfermeira por seu carinho e capacidade.
Agradeci a vida, e a GRande Mãe.
Me permiti pensar que aquele dia estava sendo melhor para todas as crianças do mundo, enviei luz rosa clara ao Planeta focando as crianças e tive um dia feliz.
Depois os resultados dos exames apontaram que tudo estava normal.
É meu Pequeno Urso amado! O tempo passa e te amo cada vez mais. Quando penso que não dá para te amar mais, descubro que meu amor aumentou.



SUA CANÇÃO DE PROTEÇÃO E CURA.
(somente sua)

Essa canção me foi inspirada pela deusa Brigit, em um momento em que uma grande proteção, era preciso com urgência, quando você era ainda bem pequenino, um bebê de quatro meses.
Eu mal conseguia conter as lágrimas de emoção ao murmurá-la para você dormir e ao  ouvi-la você se aquietava, seus lábios delineavam um sorriso doce e você adormecia tranqüilo.
Ela é sua, apenas sua.
Seu poder restaurador e equilibrador, só funciona para você, ou através de você.
Ao canta-la ou ouvi-la será transportado para um local onde há  um imenso pé de carvalho, onde corre um riacho de águas cristalinas em cujo leito de areia branca  várias pedras de diversos tamanhos se sustentam. O céu desse lugar é de um azul intenso, e uma luz dourada cintila por toda a vegetação.
Essa é a sua canção meu querido.
Laaá no bosque encantaaado, exiiiste ummm carvaalhooo
Á Deeeusa connsagraaado. E asss áaaguas crissstaliiinasss
Murmuuram enntre as peedras, correendo rio abaiiiixo
Trazennndo a mennnssaaagem deee que a viiida éee linnnda
Ela é umma viaaagemm é preciiiso terrr coraaagem de apreender
Essa liiição.
Laaá no bosque.....
(Lá no bosque encantado,
existe um carvalho
à Deusa consagrado.
E as águas cristalinas,
murmuram entre as pedras,
correndo rio abaixo,
trazendo a mensagem
de que a vida é linda,
ela é uma viagem,
é preciso ter coragem
de aprender essa lição.)
Abençoado seja você hoje e sempre.